Tu já és o pó que à terra há-de voltar Embora na terra ainda sejas passajeiro Uma travessa em frente do teu olhar Não impede que no alheio vejas o argueiro.
Vejo-te perdido numa idade Em que o movimento deixou de existir Vives fora da modernidade Tens no passado o teu único porvir.
Não lês como não liam os teus avós Não escreves que para ti não há penas Revês-te em coisas tão pequenas Que a tua vida é uma corda cheia de nós.
Como gostava de poder estender-te a mão Mas tu foges do que em mim não vês em ti Condenas-te condenando-me sem razão Nunca verás o que até hoje eu já vi...