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VERSOS RIMADOS

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

O ARGUEIRO


Tu já és o pó que à terra há-de voltar
Embora na terra ainda sejas passajeiro
Uma travessa em frente do teu olhar
Não impede que no alheio vejas o argueiro.

Vejo-te perdido numa idade
Em que o movimento deixou de existir
Vives fora da modernidade
Tens no passado o teu único porvir.

Não lês como não liam os teus avós
Não escreves que para ti não há penas
Revês-te em coisas tão pequenas
Que a tua vida é uma corda cheia de nós.

Como gostava de poder estender-te a mão
Mas tu foges do que em mim não vês em ti
Condenas-te condenando-me sem razão
Nunca verás o que até hoje eu já vi...

A VIDA

No silêncio das palavras que não dizes
Ouço histórias que não ficam por contar
Momentos em que nós somos felizes
Talvez valha a pena um dia recordar.

Merendas sob o céu azulado
O Sol a brincar com os teus cabelos
A toalha de desenhos sobre o relvado
Tu e eu trocando desvelos.

O vento dança com as folhas das árvores
A valsa de nome eternidade
Melros solistas cheios de artes
Anunciam o mistério da natividade.

A Primavera corre atrás do Verão
As crianças umas atrás das outras
A chuva ainda vai molhando o chão
Os de sangue frio saem das suas tocas.

A vida como um rio novo e velho
Nascido numa longínqua serra
É a imagem reflectida num espelho
Do que somos tu e eu aqui na terra...