ATÉ ÀS TANTAS
Os sussurros que chegam aos meus ouvidos
Quando pronuncias o meu nome Abel
são doces quais melosos zumbidos
De abelhas elaborando favos de mel,
Nas tuas mãos trazes a delícia
Das carícias cada vez mais recriadas
Adormeço adormecido na preguiça
De separar as nossas mãos entelaçadas.
Nos teus beijos mato a sede infinda
Que os teus lábios tão bem sabem saciar
Olhando para ti vejo-te tão linda
Que o coração parece querer me abandonar.
Vai sem sair do meu peito
Paira sobre nuvens em folguedo
Só e mudo no pretérito-perfeito
Ora o que de ti vê diz-me em segredo.
Outrora uma rua silenciosa e parda
Hodierna avenida ladeada de plantas
Amanhã é um tempo que não tarda
Transbordemos hoje de amor até às tantas!