VOLTO SEMPRE
Uma placa de cimento
A superfície do mar
Porque o céu está cinzento
E não há vento a soprar.
Nestes tons cinzento e branco
Foz e abóbada celeste
Têm um terceiro encanto
Entre o brilhante e o agreste.
No parque as árvores nuas
E as de folhas persistentes
Contam as histórias suas
Aos ouvidos coniventes.
Plátano álamo cedro
Acácia jacarandá
Dizem-me que ainda é cedo
E eu vou ficando por cá.
Um grande barco parado
Serve de fundo ao jardim
E um quadro inusitado
Assoma em frente de mim.
Assim se renova a vida
No rio e à sua frente
Até já na despedida
Quer dizer que volto sempre!