A MINHA ALEGRIA

Minha alegria, ela mora
Nalgum beco sem saída
Nunca vem cá para fora
Nunca pode ser sentida.
Nem festejo, nem festança
Nada meu 'spírito toca
Sou fuso que não tem roca
Nem uma ponta de esperança
Ao arrepio da vida
Aqui vou eu cabisbaixo
Minha mágoa é tão sentida
Que me deixa sempre em baixo.
Percorri muitos caminhos
Da alegria indo em busca
Perdi os meus pergaminhos
A mim já nada me custa.
A eloquente Natureza
Tanto se esquece de mim
Que quase tenho a certeza
De que estou chegando ao fim.
Da alegria que é a minha
Mas não chegou a nascer
Inda antes de morrer
Quero sentir um nadinha!