QUERO CANTAR ALELUIA!

A malícia do olhar
O relevo do teu corpo
Fizeram ressuscitar
O que em mim já estava morto,
E não deixaram morrer
A chama que traz a vida
Há muito adormecida
Há bem pouco a renascer.
Na imensa profundeza
Dos âmagos das razões
Se esconde aquela nobreza
Que enaltece os corações.
Ora avança ou se retrai
O que em nós é fantasia
Ora se eleva ou descai
Como o som de sinfonia.
No bailar das emoções
No tinir do pensamento
Reside o encantamento
Dos humanos corações.
No ondear do teu corpo
Como as ondas que há no mar
Vai errando o meu olhar
De tanto que fico absorto.
A fadiga que era forte
Em força se transformou
E dentro de mim matou
O que já trazia morte.
No interior da consciência
Agora está bem presente
O que outrora era ausência
E me punha descontente.
Era o endurecimento
Do coração feito pedra
Em que o amor nunca medra
E se torna esquecimento.
Quero cantar aleluia!
Quero abrir-te os meus braços
E estreitar os nossos laços
Antes que o amor reflua...