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Melhor é cair em graça
Do que ser mesmo engraçado
Neste país em que a farsa
Já tem um longo reinado.
Mais com desgraça que graça
Nas revistas e novelas
Os mesmos eles e elas
São farsantes nesta praça.
Pelos placares de rua
Nos bancários e quejandos
A gesta dos bons malandros
Feia e rude continua.
Se Convidam uns aos outros
Cada um em seu programa
Enchendo de sua lama
Cada vez mais os esgotos.
O focinho desta gente
Gasto está que nem sapato
De usado constantemente
Na sola traz um buraco!
Basta de figuras públicas
Mais vestidas ou despidas
Fresquinhas ou ressequidas
Quer sejam magras ou múltiplas!
Uma graça que seduz
Porque enche bem as medidas
Têm as mais repetidas
Da doutora Joana Cruz...
Músicas que são ouvidas
Em Rádio escolhida à toa
Serão elas mais pedidas
Como a sua voz entoa?
Dos nomes que sói dizer
A verdade me aparece
Como se alguém me dissesse
Que amanhã ia morrer!
Aposto que é bem capaz
De inventar o que a voz diz
E depois ficar em paz
E até mesmo ser feliz!
Com ou sem Joana ao leme
Sejam ou não mais pedidas
São sempre as mesmas cantigas
Que se ouvem na "RFM"!
Novo... criatividade
São umas palavras ocas
Quando saídas de bocas
Que exalam mediocridade!
Abel
Uns acham-lhe muita graça
Outros chamam-lhe Araújo
Mas cá para mim não passa
Duma graça de sabujo...
Terá graça porventura
Desrespeitar as crianças
Envolvendo-as em andanças
Com pornografia à mistura?
Uma situação invertida
Não tem graça por milagre
Talvez seja humor alarve
Mas não graça bem urdida.
As crianças vulneráveis
São vítimas de gracinhas
Que nada têm de amáveis
Nem são nada engraçadinhas.
Meta a viola no saco
Leia outra vez Dom Quixote
Somente um artista nato
Sabe dizer um dixote!
Ora bolas para o gato
Cada vez cheira mais mal
É tão fedorento e chato
O raio do animal!
A tua flor de laranjeira
Por fim também a perdeste
Foi a tua vez primeira
Guarda bem o que viveste.
Respeitaste a tradição
Bem ou mal? isso eu não sei
Tua é a satisfação
Se há ladrão, aqui d'el rei...
Passaram os preconceitos
Já pouco se fala disso
E lá se foi o enguiço
Tão caro a muitos sujeitos...
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Ai um cãozinho como eu gostava de ter
Alçando a perna, a dar ao rabo,
Ai um cãozinho que me pudesse entreter
No fim de contas, ao fim e ao cabo.
Há muitos donos que levam a passear
Os seus cãezinhos, tão bonitinhos,
Mas com os outros não os deixam ir brincar
Porque não querem ficar sozinhos.
E a porcaria dos cães andam a espalhar
Ficando tudo emporcalhado
Porque hoje em dia deixam os cães defecar
Em toda parte, em todo o lado.
Pelas estradas, passeios e sobre a relva
Andam os cães no seu normal
A defecar como se vivessem na selva
E os donos acham que não faz mal.
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Bombas que trazem a morte
Roubam a minha alegria
De viver a fantasia
De sonhar com outra sorte.
Bombas que causam terror
Matam e tudo destroem
Apenas e só constroem
Ódio contra o agressor.
Tanta morte e sofrimento
Causados por cirurgia
De escabrosa hipocrisia
Dos que pensam nos proventos.
Um regime democrático
Só pla paz é alcançado
Não por um cow-boy lunático
Demagogo alucinado...
Um pigmeu interesseiro
Homem de negociatas
Que ameaça o mundo inteiro
Sobre o qual quer pôr as patas...
Que a agressão contra o Iraque
Seja de libertação
Só acredita um basbaque
De pouca compreensão!!!
Sejam dos republicanos
Ou mesmo dos democratas
Os falcões americanos
São sempre os mesmos piratas...
![mendigo.jpg]()
Saí dum pesadelo estremunhado
logo ao teu retracto me agarrei
Duma imensa saudade emocionado
O retracto mil vezes eu beijei!
Mil vezes beijaria a tua face
Lembrança delicada do meu fado
Que rouba o sentimento, ave rapace,
Reavivando um amor desenganado!
Loucura? desespero? sei lá eu
O que esta minha alma traz consigo
Não sabe se se achou ou se perdeu...
Passada a emoção feita castigo
A minha confusão esmoreceu
Voltei ao meu estado de mendigo...