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Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Tudo aquilo que gastei
Como gasto foi perdido
O que tinha eu deixei
Pelos outros repartido!
Mas o que dei levo comigo
E, por isso, tenho 'sperança
De que na divina balança
Não se zangue Deus comigo...
Agora vou à procura
De algo que me valha a pena
Pra atenuar a secura
Que dentro de mim gangrena
E afastar o desespero
Que me vem a devorar
E não me deixa pensar
As coisas lindas que quero.
Mas não sei que buscarei
Nem que caminhos trilhar
E como hei-de procurar
Deveras também não sei.
Os pensamentos trocados
Pelas voltas do destino
Quanto mais são recordados
Tanto mais eu desatino.
E a procura continua
Entre um denso nevoeiro
Nem a secura se atenua
Nem chego a porto certeiro.
Sinto uma forte tontura
À qual resistir não posso
Que estou à beira do fosso
Em que se alberga a loucura.
Uma ânsia que me cansa
Já debilita o meu corpo
Eu ainda não estou morto
Mas morreu em mim a esperança .
Trago comigo um vazio
Que me cobre de tristeza
No coração tenho frio
No corpo sinto fraqueza .
Os nadas da minha vida
Atormentam o meu ser
Numa viagem perdida
Que aguarda o anoitecer.
Os espinhos espalhados
Ao longo da caminhada
São sofrimentos cravados
Na minh'alma ensanguentada.
Na escuridão malfazeja
Afunda-se a esperança
Dentro de mim nada alcança
Uma alegria que seja.
O fascínio do viver
Vai batendo em retirada
Passou o tempo a correr
E o viver já não é nada.
Mas débil ainda pulsa
E se agita de repente
Uma força de repulsa
Que reanima a minha mente.
Não sei o que está pra vir
Mas quero acreditar
Que a esperança há-de voltar
Se eu for capaz de sorrir.