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Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
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Às vezes nas irmandades
Como no vinho toldado
Impuras por todo o lado
Boiam as cumplicidades.
Um amigo por irmão
Muito mais cedo que tarde
Há-de dar-lhe um apalpão
Sem que ela lhe chame alarve.
Como soía afirmar
De sua graça o Tasquinha
Só um burro e uma galinha
Não podem acasalar.
Aqui na minha cidade
Anciãos e anciãs
Diziam que era verdade
Que uma jovem pariu cães.
Talvez no mundo invertido
E mesmo assim com reservas
Certas crenças tão palermas
Possam ter algum sentido.
Estas ânsias permanentes
De homens usarem malinhas
Cujos naturais utentes
Eram só as senhorinhas
Vão baralhando o meu tino
E levam-me a duvidar
Se algo inda mais feminino
Não queiram vir a usar...
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Em imensa caminhada
Cujo fim não tem destino
Segue de alma aliviada
Num coração de menino.
Perde-se em grande alegria
Porque não se prende a nada
Como em pequeno fazia
Faz hoje a vida animada.
Os percalços tão comuns
Que derreiam tanta gente
No seu coração contente
Suportam longos jejuns.
O mar faz-lhe companhia
Do qual retém a lonjura
Do sol a ébria quentura
Que ameniza a invernia.
Fugiu do silêncio eunuco
De negrumes intempestivos
Os olhos chispam altivos
Sobre o homem dissoluto!
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Poderá haver silêncio
No ruído que o invoca
Numa constante tendência
Que soa de boca em boca?
Saberá estar sozinho
Quem de por si não entende
Que a cada passo depende
Do compadrio mesquinho?
Saberá bem o que diz
Quem repete sem sentido
Uma leitura infeliz
De livro que terá lido?
Terão parado no limbo
Da reflexão filosófica
Pulmões cheios de basófia
Como fumo de cachimbo?
A moeda que se lança
Ao ar sem cair no chão
Brilha na palma da mão
Do silêncio que não cansa...
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O engano não é capricho Que alguém tenha por amigo A não ser um certo bicho Que traz a rádio consigo...
Os concertos musicais Fazem bem a quem 'scutar São sintomas anormais Falar deles sem cessar ...
Gosto de ver futebol Seguindo-o sem a cegueira De empunhar uma bandeira Ou usar um cachecol...
Na área de humanidades Salvo raras excepções Esbatem-se nulidades De irrisórias aptidões...
Os dias surgem iguais A quem faz o de que gosta Nenhum deles é lagosta Mais gostosa que os demais...
Muitos têm o condão De nos lembrar a raposa Que as uvas longe do chão Despreza feita manhosa | Uma louraça atractiva Passará despercebida A quem prefere as morenas E como sempre na vida Raras são as coisas grandes Muitas as outras pequenas
Se a fugir tu permaneces Do que te mata a cabeça Não contes que ela obedeça À medida que envelheces...
Se toda a vida não cresci No que respeita ao mental Também não envelheci Ainda sou jovial...
A solidão acompanhada De aparente companhia É solidão mais vazia Que a solidão isolada...
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Sem quartel e sem guarida
E com armas desiguais
Perdemos cada vez mais
Nesta luta pela vida .
Os abutres nos rodeiam
Decidem a nossa sorte
E, nos condenando à morte,
Sequiosos se banqueteiam...
Os embustes são urdidos
De maneira natural
E até parece normal
Vivermos empobrecidos...
É tão escasso o nosso pão
E alienante é a cultura
Reina aqui nesta nação
Uma nova escravatura...
Nos trazem acorrentados
Ora sem elos de ferro
E,como que num desterro,
Nos mantêm deserdados ...
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Um homem não é de ferro
Nem pode cuspir pró ar
E sabe que o seu enterro
Alguém há-de ver passar...
O ferro nem sempre é aço
Todos deviam saber
Pra não fazer de palhaço
Como há quem ande a fazer...
Não são os metais ferrosos
Por mais que se diga bem
Os metais mais preciosos
Que o nosso planeta tem...
Não vale a pena fugir
Ao destino já traçado
Todos têm o seu fado
Não há quem se fique a rir...
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A pena nunca me assusta
Nem tão pouco a folha branca
Fiz-me homem à minha custa
A mim já nada me espanta.
No deslizar da palavra
Eu marco encontro comigo
E tudo aquilo que digo
São coisas da minha lavra.
Não temo as hesitações
Sei esperar o momento
As boas composições
Estão dentro do pensamento.
Boa é aquela hora
Que nos dá um bom sinal
Deitamos tudo pra fora
Sem que nada corra mal.
Bem ligadas as ideias
Desliza a pena veloz
Das palavras as cadeias
Nunca me deixam a sós.
As palavras e seus mundos
Combinados a preceito
Fazem-me enfunar o peito
De sentimentos profundos.
Por certo não sou poeta
Mas disto estou bem seguro
Meu viver é menos 'scuro
Graças a esta faceta!
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Inda menino de berço
Aos meus ouvidos chegavam
As cantiguinhas em verso
Que ao redor de mim cantavam.
Já então eu aprendia
A falar também em verso
Esse falar de magia
Que enquanto viver não squeço .
Do primário os versinhos
Que às vezes ouvia e lia
Iam abrindo os caminhos
Ao rimador que crescia.
E sempre pla vida fora
Ouvindo e lendo poesia
Fui alcançando a mestria
Dos versos que faço agora...
É ter cabeça pequena
Julgar saber poetar
Sem ter ouvido cantar
Ou dizer qualquer poema...