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VERSOS RIMADOS

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

OS MEUS DIAS VELAM LUTOS



Do mundo não quero nada
Só quero ficar sozinho
Percorrendo o meu caminho
Numa última jornada.

De mim se afasta o horizonte
Também o céu, e as estrelas
Cada vez custa mais vê-las
Do declive do meu monte.

Comigo numa aliança
Silêncios encanecidos
Reduzem os meus geminos
A um sono de criança.

Ocultos numa caverna
Os sorrisos meus de outrora
Mais sombrios são agora
Que o meu espírito hiberna.


Por mim passa impunemente
Uma nefasta rasoira
Que trabalha feita moira
Nivelando tudo rente.

Já secaram as searas
E morreram muitos frutos
Os meus dias velam lutos
De horas boas que eram raras...

ERRAR NÃO É DEFEITO



Ali vem o Zé ardina
Com alegria no rosto
Traz consigo uma menina
Tão linda que até dá gosto!

Eu já conheço este Zé
Desde os tempos de menino
Um rapaz com muito tino
Algo inteligente até...

Com uma rara intuição
Sabe sempre o seu lugar
Nunca se põe a trepar
E age com educação...

Não saber não é defeito
Defeito é não enxergar
Que é ter falta de respeito
Não se pôr no seu lugar...

Abrir uma vã cabeça
À força de reflexão
É dar força a uma crença
Que não passa de ilusão.

Só a golpes de machado
Se abre a cabeça aberrante
De algum Zé mais ignorante
Que ande sempre equivocado...

Os Zés que são mais estultos
Não compreendem jamais
Que avós só são os adultos
Que haviam já sido pais...

UM SOPRO DE REBELDIA



Um sopro de rebeldia
A minha alma perpassa
Eu já não sei o que faça
Pra vencer esta agonia .

São rebeldes os meus gestos
Rebelde é tudo o que penso
Os absurdos chegam lestos
E não sei se me pertenço.

Por vezes o corpo treme
Também eu fico a tremer
E a minha alma já teme
Que disso venha a morrer.

Um corpo com alma morta
Não pode continuar
Tem que haver alguma porta
Por onde a possa salvar.

Será que anda descontente
Dos caminhos que percorro
Se ela morrer também morro
Disso estou bem consciente.

Já que a alma desatina
Inda antes de partir
Se ela existe a mão divina
Gostava de a descobrir.

O GAVIÃO



Vi um dia um gavião
Que voava lá no ar
Fiquei ali preso ao chão
E começei a apelar:

Ó gavião, meu amigo,
Vê se reparas em mim
E leva-me já contigo
Tamém quero voar assim!

Se as asas não tas cortaram
Por que mas cortam a mim?
Se bem de mim já falaram
Por que me tratam assim?

Um dia a cabeça ergui
E a cabeça me baixaram
Agora recorro a ti
Que as asas já mas cortaram...