Uma luz ao fim do túnel
Pode ser a luz em nós
Se não ficarmos a sós
Em 'scuridão insolúvel.
A brisa fresca ligeira
Numa tarde de calor
Ameniza a soalheira
E enxuga um pouco o suor.
Se for alta uma parede
Que não se possa trepar
Que jamais alguém se enrede
Por deixar de a contornar.
São as malhas duma rede
Ora largas ora 'streitas
As coisas que são bem feitas
Não haverá rede que as vede.
Tristeza e alegria correm
Lado a lado como iguais
Se umas andorinhas morrem
Logo nascem outras mais!
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Sem querer ter a certeza
De que penso sem engano,
Vejo na língua a nobreza
Do brio mais lusitano.
Cada vez mais a certeza
Da minha objectividade
Me surge com a firmeza
Da luz que dá claridade.
De que é bom falar correcta
E claramente a certeza
É mais das almas pureza
Do que pensar de pateta
Faz parte do patriotismo
Ter bem presente a certeza
De que a língua portuguesa
Não é qualquer barbarismo!
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Do esforço à realidade
Da convicção ao efeito
Vão duas imensidades
Maiores que qualquer sujeito.
Qualidades almejadas
São presas do julgamento
Cinzas jogadas ao vento
De pretenções mal pensadas.
O equilíbrio rejubila
Nas pessoas prevenidas
Contra à queda que aniquila
Das alturas desmedidas.
Além das nuvens sabidas
E de vento forte em rajadas
Também podem trovoadas
Ocorrer nas nossas vidas...
Na interactividade
Desta era em que vivemos
Falar com a vacuidade
Deixa marca de somenos
Usa no campo uma albarda
A burra que na cidade
No corpo traz uma farda
De pano de qualidade!