ÁGUIA DE LISBOA
A águia gloriosa de Lisboa Na sua muda intrépida de pena Está a cada dia mais pequena Quer voar mas já pouco ou nada voa. Dela dizem que ainda paira alta Os adeptos que não conseguem ver Que a águia a pouco e pouco anda a morrer Para entrar num caixão pouco lhe falta. Tirai a vossa águia da agonia Deixando de estar presos ao passado A glória nasce sempre no relvado Mas nunca em qualquer secretaria. Que a águia ponha os olhos no dragão Nada ganha batendo asas à toa De novo sobre as torres de Lisboa Há-de planar firmando os pés no chão! |