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VERSOS RIMADOS

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

VIDA SÃ

Não quero pensar em nada

De antes nem para a frente

Não vou trair a jornada

Por causa do pensamento.

 

Observando a cada instante

Com olhar contemplativo

Dou por mim  que sou amante

Do que me faz sentir vivo.

 

Examinando uma flor

Em busca da procedência

Se antes trazia rancor

Já só prima pela ausência.

 

Aves com uma plumagem

De leda policromia

Dão ao meu rosto uma imagem

Que há muito tempo não via.

 

Ao zumbido duma abelha

De volta à sua colmeia

Muito mais que uma centelha

De harmonia me rodeia.

 

O coaxar de certa rã

Anunciando o seu apego

Assinala a vida sã

A que hoje em dia me entrego!

SÓ UM DESEJO

Apenas e só um desejo

Trago na minha vontade

Receber de ti um beijo

Seja de amor ou de amizade.

 

Haverá maior riqueza

Do que amar sem condição

E aceitar a natureza

Duma qualquer afeição?

 

Não não mil vezes não

Me grita o meu interior

Quer de amizade quer de amor

Seja benvinda uma afeição.

UM POBRE DE CRISTO

E assim os dias lá vão

Enfiados um a um

Não sei se dias em vão

Se dias com fim algum.

 

Iguais não serão penso eu

Ainda que repetidos

Diferentes são sempre o céu

Os silêncios e os ruídos.

 

E o vento tão imprevisto

E as nuvens que vão e vêm

sendo eu um pobre de cristo

Creio no que muitos crêem.

 

E a esperança renascerá

Apesar dos sobressaltos

Nenhuma vida é tão má

Que não tenha pontos altos!

NÃO HÁ PASSADO NEM DEPOIS!

Pensei que era só simpatia

Na tarde em que reparei

No que o teu olhar dizia

Quando os teus olhos fitei.

 

Ao que havia de ternura

Outra coisa podia ser

Mas logo chegou a altura

Em que fiquei a saber.

 

Andava triste mas agora

Que a ti dedico esta poesia

No meu intimo já mora

Mais animado nova alegria.

 

As tuas mãos tal como as minhas

Vão falando por nós dois

Enquanto estão apertadinhas

Não há passado nem depois!

ESQUIVOS SORRISOS

Se tu me desses um sim

Em vez de dizeres não

Outro seria de mim

Dentro do teu coração.

 

Anda um homem caminhando

Sem saber para onde vai

Passa a vida suspirando

À espera dum outro ai.

 

Esses esquivos sorrisos

Que assomam na tua boca

Enfraquecem-lhe as raízes

E a minha afeição se apouca.

 

Imerso na solidão

Dos sentimentos vazios

Me envelhece o coração

Como envelhecem os rios!

 

BRISA DE ESPERANÇA

Perante toda esta água

Tão azul e muito lisa

Se trazia alguma mágoa

Sinto que já se ameniza.

 

Sobre o espelho da baía

Gaivotas em ritual

Fazem muita gritaria

Como é de seu natural.

 

Atracado na foz do rio

Vai recebendo a sua carga

Um gigantesco navio

Ao passo que um outro larga.

 

Da imensa vastidão

Até onde a vista alcança

Me aconchega o coração

Uma brisa de esperança!