UM SILÊNCIO
Poderá haver silêncio
No ruído que o invoca
Numa constante tendência
Que soa de boca em boca?
Saberá estar sozinho
Quem de por si não entende
Que a cada passo depende
Do compadrio mesquinho?
Saberá bem o que diz
Quem repete sem sentido
Uma leitura infeliz
De livro que terá lido?
Terão parado no limbo
Da reflexão filosófica
Pulmões cheios de basófia
Como fumo de cachimbo?
A moeda que se lança
Ao ar sem cair no chão
Brilha na palma da mão
Do silêncio que não cansa...