PÓ E CINZAS
Uma laje muito fria
Sob as nuvens o sol displicente
O ânimo condizente
O vento sopra nostalgia.
Pedras repousam colina acima
Sobre elas árvores debruçadas
Uma espécie de microclima
Diferencia as madrugadas.
As noites têm outra aragem
E as estrelas lá no céu
São romeiros numa viagem
Na qual viajo também eu.
Rangendo a pedra de mó
Esmaga os grãos de trigo
Reduzindo tudo a pó
O mesmo que trago comigo.
As chamas duma fogueira
Dissipam tudo na floresta
Do fogo da vida inteira
A cinza é tudo o que resta!