NUNCA FUI UM DESTEMIDO

A inquietação que sinto
Traz-me sempre angustiado
Sendo certo que não minto
Porque é que ando envergonhado?
E a aflição assaz feroz
Que teime em me acompanhar
Por vezes me embarga a voz
E não me deixa falar.
No silêncio da penumbra
Já eu caminho perdido
Nunca fui um destemido
E o meu medo até retumba.
Não domino este pesar
Que me acabrunh o ser
E não me deixa sonhar
Com um novo amanhecer.
Difusa se escoa a vida
Desta alma que é a minha
Numa constante descida
Que de bom nada adivinha.