OS NADAS DA MINHA VIDA

Trago comigo um vazio
Que me cobre de tristeza
No coração tenho frio
No corpo sinto fraqueza .
Os nadas da minha vida
Atormentam o meu ser
Numa viagem perdida
Que aguarda o anoitecer.
Os espinhos espalhados
Ao longo da caminhada
São sofrimentos cravados
Na minh'alma ensanguentada.
Na escuridão malfazeja
Afunda-se a esperança
Dentro de mim nada alcança
Uma alegria que seja.
O fascínio do viver
Vai batendo em retirada
Passou o tempo a correr
E o viver já não é nada.
Mas débil ainda pulsa
E se agita de repente
Uma força de repulsa
Que reanima a minha mente.
Não sei o que está pra vir
Mas quero acreditar
Que a esperança há-de voltar
Se eu for capaz de sorrir.