CONTEMPLATIVO

Contemplo os rochedos imponentes
Alcantilados sobre um mar tão ameno
Que as ondas vão brincando inocentes
E eu me vou sentindo mais sereno!
Uma gaivota esvoaça atrás dum barco
Sulcando as águas que se tornam espumosas
E o olhar de tanta beleza cheio e farto
Já não se lembra das horas tristes e brumosas!
Ao longe vejo barcos de arrasto
Trilhando rotas bem definidas
Deixando atrás de si um longo rasto
Sobre as águas revolvidas.
O reflexo do sol sobre as águas
Desperta-me a atenção adormecida
E lavadas todas as mágoas
A minha alma emerge desoprimida...
Quero adormecer contemplativo
E de manhã de olhos bem acordados
Por esquecimento compulsivo
Não me recordar dos pesadelos sonhados...