PERCO O FIO À MEADA

Uma nuvem muito triste
Escurece o meu olhar
Uma sombra que persiste
Em nunca mais me deixar.
Não consigo discorrer
Com suficiente clareza
Se tenho alguma certeza
Nem sequer me atrevo a crer
Perco o fio à meada
E lá vou eu à procura
Procuro e não vejo nada
Além duma mancha escura
Por vezes encontro um fio
Em demasia puído
E que por falta de brio
Há muito terei squecido
Amiúde escapa o interesse
Por aquilo que procuro
E tudo fica no escuro
Porque a memória se esquece.
Já mal posso suportar
O triste estado em que eu ando
Desespero sempre quando
A noite vem a chagar.