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Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Se os seus olhos que tanto brilham Viessem na minha direcção Seguramente lhe diriam A quem pertence o meu coração. Se os seus olhos de cor tão bela Se cruzassem com o meu olhar Seriam a única estrela Que havia de me guiar. Mas os seus olhos são montanhas Que os meus não podem trepar Deixam-me sempre às aranhas Se procuro o seu olhar. Viajam noutro planeta Os olhos da minha amada O amor é já só paixoneta Que a esperança está gorada. Nem dias de Sol nem noites de luar Trazem a luz requerida Só a luz do seu olhar Traria luz à minha vida!
Quantos dias se sumiram Quantos passarão ainda Quantas noites não dormiram Aguardando a tua vinda! Tantos dias de agonia De saudades rodopiando Tantas as horas do dia Quantos ais por ti suspirando! A tristeza não se intervala Assentou arraiais em mim Tu não vens ela não abala É uma rota sem fim. Se ao menos tivesses deixado Uma semente dentro de mim Seria como um recado Que me trouxessem de ti. Nenhum recado me deixaste Nenhum recado de ti chegou Partindo contigo levaste O amor que a mais ninguém dou.
Nesta sala escura e tão fria! Prisioneiro entre quatro paredes Sou um peixe apanhado nas redes Do pescador da minha nostalgia. Não tenho sido assim a vida inteira Dentro do meu ser também floresceu A rosa de uma linda roseira Cujo odor em mim ainda não morreu. As suas mãos nas minhas enlaçadas São as memórias de uma outra era São mais um conto dos contos de fadas São a morte que vive à minha espera. Aquela estrela ali na Ursa Maior A qual em noites claras ainda espreito Era a luz do meu rio de amor Cujas águas secaram no seu leito. No meu quarto da cama adormecida De longe vem uma voz se aproximando Uma voz cada vez menos sumida Que em mim suspira quando estou sonhando!
Não é por ingenuidade Que se tem um sentimento Que toma a nossa vontade Sem pedir consentimento. Nem é por qualquer cegueira Que se ama sem remissão Manda mais o coração Mesmo quando não se queira. Não pode o animal selvagem Deixar o seu habitat: Não é falta de coragem A vida é que o prende lá. As grades duma prisão Às vezes são amovíveis Mas as do amor é que não Porque essas são invisíveis. Me enredaste, ó sedutora, Numa malha bem urdida Agora és tu senhora Do resto da minha vida!
Só por mero preconceito Se fala indirectamente Com quem se encontra sujeito A nos ter sempre na mente... Não sei bem se por amor Por carinho ou devoção Perdemos o coração Por quem nos faz sentir dor. Esta chama exuberante Que incendeia o nosso peito O teimoso preconceito Quer matar a cada instante... Não é uma boa lida Aconselhar toda a gente Sem nos olharmos de frente Perguntando de seguida: Que quero fazer da vida Cerrando tanto os meus olhos Que sem ver piso os escolhos Que podem causar ferida?
Sobre a fina areia da praia O sol na imperceptível subida Sem ter tirado ainda a saia Estende-se descontraída. Algo prende o meu olhar Que por ora não identifico Não sei se por admirar Ou se por achar ridículo. Destraidamente abstrato Sigo as calmas águas do mar Mas no momento imediato Prende-se de novo o meu olhar. O que houvera pressentido Agora se mostra evidente Ali mesmo à minha frente Só com um biquíni vestido. Dois tesouros duas relíquias O mar e uma mulher linda O amor e as horas idílicas A saga humana infinda!
Tantas flores cada uma com seu matiz Eram um irrefutável convite Para me sentar ao lado do chafariz Enquanto não chegasse o apetite. O que chegou vinda da entrada Foi uma jovem muito elegante Dirigindo-se para onde se encontrava A minha pessoa repousante. Um outro perfume se elevou na atmosfera Entre mim e o daquelas lindas flores Por vezes nascem os amores Quando menos a gente espera. Uma luta de vontades se travava protestando incessante a fome O desejo galopante intrigava E assim o homem se consome!
Sei que será certo o teu regresso Sinto uma ansiedade indizível Acredito que seja possível A felicidade que ainda desconheço. Foi no céu que li estes sinais Numa noite de lua deslumbrante Desde então já não duvido mais de que irás voltar a cada instante. Cada vez mais esta certeza Toma conta do meu viver Mentalmente antecipo a beleza Que o teu rosto ainda deve ter. Lembrar o corpo de linhas tão esguias Que a ti me acorrentou para sempre É outra das muitas fantasias Que ora me habitam constantemente. Se soubesse onde te demoras Iria cantar-te uma serenata Para te dizer se é que tu ignoras Que a tua ausência aos poucos me mata!
A carícia que fazes no meu rosto O beijo que deposito na tua testa São o limar de uma nefasta aresta Que nos houvera um pouco indisposto. Não sei por que razão às vezes corre mal O que entre nós é sempre tão forte Que me pergunto se um dia a própria morte Porá entre nós um ponto final. Sabemos muito bem que não vale a pena Nos indispormos por um quase nada A vida é uma viagem tão pequena Que chegará ao fim numa saltada. Vejo que já tens os teus olhos húmidos Talvez devido às palavras que não te digo Mas sabes que terás em mim um braço amigo Nos momentos felizes e nos infurtúnios. Agora que estreitamente nos abraçamos O pulsar tão unidos dos nossos corações Diz-nos que no caminho por onde vamos Serão mais as horas boas do que as maldições!
O ruído dos teus passos já ao longe Desperta dentro de mim um não sei quê Uma auréola que me rodeia e não se vê Ainda assim dos meus olhos jamais foge. É sempre renovada a incomparável visão Da tua imagem que ante mim se perfila Porque é sempre nova a emoção Que no meu corpo em suaves gotas se destila. O quanto procurei pela vida fora! Uma imagem que à minha se ajustasse Quando te vi percebi sem demora Que o destino não me deixava que duvidasse. Cantaram no céu as inefáveis aves Num chilrear que augura a eternidade Traziam no bico as ditosas chaves Que abrem as portas à felicidade! Quando estou só a tua imagem me guia Seja qual for o tempo que faça Um vento bonançoso me desvia De uma qualquer possível desgraça !