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VERSOS RIMADOS

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

AMANTES DO CONFORMISMO







"Vêiculos" é na RFM
E "alcoolémia" também
Como a nossa língua geme
Quando não a falam bem!

Tantas as atrocidades
Cometidas ao minuto
Quiça um curto-circuito
Fosse um acto de bondade...

Já se torna revoltante
Ouvir este pessoal
Que pronuncia tão mal
Palavras a cada instante.

Servos do brasileirismo
E do acento americano
Amantes do conformismo
Não combatem o engano.

O novo é sempre velho
E o português dialecto
Neste jovem aparelho
Que já nasceu obsoleto!
Acredito que o bom Deus
Se afaste constantemente
Duns tão parcos filhos Seus
Que O façam ficar descrente...

























O SAFARDANA



Entre os dias da semana
A Segunda é o pior
Afirma o safardana
Que é o mau trabalhador.

Nos dias do seu descanso
Esfalfa-se na rambóia
O trabalho é uma bóia
Que lhe serve de remanso.

Música ouve o dia inteiro
'Sperando o fim-de-semana
Que trabalho tão ligeiro!
O deste grande sacana.

Da Sexta já repousado
Diz que é o seu melhor dia
Se trabalhasse o safado
De cansaço falaria.

Mourejasse todo o dia
Exposto à chuva e ao Sol
Da Sexta-feira diria:
Lenta que nem caracol...

Os que no fim-de-semana
Fazem a vida mais justa
A Segunda não assusta
Como assusta o safardana!

O CONSCIENTE

 







Nem mesmo os mais imprudentes
Irão pra uma viagem
Sem que levem na bagagem
As coisas convenientes.

Em meio a quatro paredes
E numa fita magnética
Enleia-se numas redes
Uma cabeça patética.

Não será por altivez
Nem pra manter a distância
Que se fecha em tal mudez
Que até parece arrogância...

Bloqueia-a o consciente
Que a conhece muito bem
E vê que nela anda ausente
A ciência que convém.

Não difere do consciente
O cérebro que o contém
Se o cérebro está doente
O consciente também!

Só faz como gosta e sabe
E oferece o que tem
Quem o seu coração abre
E nada deve a ninguém!

MENTE UMA VEZ...







São duma outra galáxia
Os da RFM ouvintes
Uns repetentes pedintes
Duma música já chata.

Só pedem há mais de um ano
Música duma "play-list"
Se ali não houver engano
Esta gente é mesmo triste.

É contra o discernimento
Crer em tal insensatez
Tanta gente ao mesmo tempo
Com tão pouca lucidez!?

Não me sinto predisposto
A me quedar pla tolice
Considero o pressuposto
De possível vigarice...

Há uma certa matriz
Que tenho muito presente
O ditado que nos diz
Mente uma vez mente sempre...



Dos iutu é uma treta
E é de mau português
Dizer um nome de letra
Ou de número em inglês...

APRENDI A FAZER CONTAS

contas.jpg

Aprendi a fazer contas
As contas pus a aprender
Fazendo porém as contas
Vi que ficava a perder.

As contas não conseguiam
Aprender nada de inglês
E como não aprendiam
Aprendi eu outra vez.

Pus o inglês a estudar
Um pouco mais 'sperançado
Mas só vim a confirmar
Que continuava enganado.

O inglês não atinava
Com o estudo do francês
E aprendi mais uma vez
Tal como já suspeitava.

É o homem que aprende sempre
E não o que ele aprendeu
Aprende conforme a mente
Boa ou má com que nasceu!

AS FIGURAS

figuras.jpg







Melhor é cair em graça
Do que ser mesmo engraçado
Neste país em que a farsa
Já tem um longo reinado.

Mais com desgraça que graça       
Nas revistas e novelas
Os mesmos eles e elas
São farsantes nesta praça.

Pelos placares de rua
Nos bancários e quejandos
A gesta dos bons malandros
Feia e rude continua.

Se Convidam uns aos outros
Cada um em seu programa
Enchendo de sua lama
Cada vez mais os esgotos.

O focinho desta gente
Gasto está que nem sapato
De usado constantemente
Na sola traz um buraco!

Basta de figuras públicas
Mais vestidas ou despidas
Fresquinhas ou ressequidas
Quer sejam magras ou múltiplas!

OS DONOS DOS CÃES

caes.jpg


Ai um cãozinho como eu gostava de ter
Alçando a perna, a dar ao rabo,
Ai um cãozinho que me pudesse entreter
No fim de contas, ao fim e ao cabo.

Há muitos donos que levam a passear
Os seus cãezinhos, tão bonitinhos,
Mas com os outros não os deixam ir brincar
Porque não querem ficar sozinhos.

E a porcaria dos cães andam a espalhar
Ficando tudo emporcalhado
Porque hoje em dia deixam os cães defecar
Em toda parte, em todo o lado.

Pelas estradas, passeios e sobre a relva
Andam os cães no seu normal
A defecar como se vivessem na selva
E os donos acham que não faz mal.

BOMBAS COM CIRURGIA

bombas.jpg

Bombas que trazem a morte
Roubam a minha alegria
De viver a fantasia
De sonhar com outra sorte.

Bombas que causam terror
Matam e tudo destroem
Apenas e só constroem
Ódio contra o agressor.

Tanta morte e sofrimento
Causados por cirurgia
De escabrosa hipocrisia
Dos que pensam nos proventos.

Um regime democrático
Só pla paz é alcançado
Não por um cow-boy lunático
Demagogo alucinado...

Um pigmeu interesseiro
Homem de negociatas
Que ameaça o mundo inteiro
Sobre o qual quer pôr as patas...

Que a agressão contra o Iraque
Seja de libertação
Só acredita um basbaque
De pouca compreensão!!!

Sejam dos republicanos
Ou mesmo dos democratas
Os falcões americanos
São sempre os mesmos piratas...

EM ESPIRAL

abismo.jpg

Não trago exemplos de fora
 Meu exemplo é interior
Almeja paz e amor
Minha alma revigora...

Caminha de passos 'streitos
Numa ânsia do abismo
Hipocrisia e egoismo
A ele não estão sujeitos...

Às vezes a visão turva
Enfeixada em ramalhete
Ladeada em tons de curva
Dum vinho de beberete...

Contorna sempre as esquinas
Cotovelos aguçados
Quando tu e tu maquinas
Os pensamentos curvados...

É um humor tão profundo
Que penetra em espiral
Sacode de si o mal
O mal que chega do mundo...