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Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Quando o calão se mistura Com a linguagem cuidada Uma parte será pura A outra foi copiada. Não te alcandores, irmão! Só a verdade respira Só da verdade se tira Uma justa conclusão. Não entres numa floresta Sem conhecer um atalho Não distingues sem trabalho O que é bom do que não presta. As vozes aduladoras Enganam bem um sujeito Dão-lhe asas voadoras Que não têm parapeito. Há sempre uns atalhos livres Que podes calcorrear Não será bom que te esquives À vontade de sonhar...
Às vezes as águas límpidas Sobre pântanos profundos Cobrem ´squeletos imundos Das almas que são mais ímpias. O pensamento faz caminho Na palavra que substancia Palavras belas ao molhinho Exsudam apostasia. Palavras emaranhadas Mesmo cheias de beleza Lidas morrem esgotadas Num estertor de leveza. O despeito esmorece A coragem do leitor Que de repente se esquece Do dever do pundonor. O sol do ocaso polia O rosto de Melusina A fada que nos ensina As sílabas da poesia...
Do Norte, do Sul, do centro, Toda a pronúncia é boa Sempre que a palavra entoa O que vem de cá de dentro! E se essa palavra diz Tudo o que se quer dizer O homem será feliz Ao dizer tudo o que quer! E se for palavra amiga Que nos possa confortar Eu farei uma cantiga Para sempre a recordar! A palavra não esgota Nunca nunca o pensamento Por mais que voe co'o vento A palavra sempre volta!
No eco do meu tormento Ressoa a alma que chora As lágrimas do desalento Que dentro de mim já mora. As agruras do passado No presente se renovam De que vivo angustiado Os meus males dão a prova. Finitos ou infinitos Bondosos ou maculados Vós,ó Deuses dos aflitos, Quando é que olhais pra meus lados?! No Céu procuro o alento Que possa trazer a cura Ao meu imenso tormento À minha imensa amargura!
Esta é uma luta sem tréguas Que terei de guerrear Hoje e sempre sem cessar Como quem palmilha léguas. Louvo a crítica com ética Prenhe de frontalidade Mas condeno a acção patética Dos insultos com maldade. Não me atrevo a pactuar Com crises existenciais Que acabam por descambar Nos ataques pessoais. Em todo o seu proceder Se manifesta um varão Odiando ser mulher... Pune os homens sem razão!
Uma nova emoção Se aloja dentro de mim Não sei se ela é boa ou não Nem qual será o seu fim. Sei que me excita e devora E me causa ansiedade E me leva estrada fora À procura da verdade. Mas a estrada não tem fim E a verdade também não Assalta-me a sensação Duma dúvida ruim. A claridade se ofusca Dominam agora as trevas Ó minha incessante busca Vê lá pra onde me levas. A desistência me aflora A desistência me aflora O já débil pensamento A emoção foi-se embora Em mim fica o desalento.
Sucumbindo ante a vaidade Os homens são mais precários Deixam de ser solidários Perdem a identidade. Surdos não ouvem os gritos Dos sofrimentos alheios cegos nos seus devaneios Não reparam nos aflitos. Rejeitam o desengano Longínquos da claridade Luz que a solidariedade Derrama no ser humano. Do mais jovem ao mais velho Há sempre alguém que mendiga Uma ajuda, um conselho Ou uma palavra amiga. Quem os outros auxilia Das trevas derruba muros Revendo-se na alegria Dos que liberta de apuros.
A inquietação que sinto Traz-me sempre angustiado Sendo certo que não minto Porque é que ando envergonhado? E a aflição assaz feroz Que teime em me acompanhar Por vezes me embarga a voz E não me deixa falar. No silêncio da penumbra Já eu caminho perdido Nunca fui um destemido E o meu medo até retumba. Não domino este pesar Que me acabrunh o ser E não me deixa sonhar Com um novo amanhecer. Difusa se escoa a vida Desta alma que é a minha Numa constante descida Que de bom nada adivinha.
A vida sempre espinhosa Me absorveu e transformou Na massa falaciosa Que reconheço que sou. Imprecisões e lacunas Num brusco levantamento Como as areias das dunas Empurradas pelo vento Se espalham e contaminam Os juízos que eram sãos E emperram com os seus grãos As ideias que me animam. Tergiverso contraído Pelo meu terrível caos Cheio de presságios maus Que me deixam deprimido
Entrámos prá CEE Crentes numa melhoria Tanto como parecia Afinal ela não é...
Contemplo os rochedos imponentes Alcantilados sobre um mar tão ameno Que as ondas vão brincando inocentes E eu me vou sentindo mais sereno! Uma gaivota esvoaça atrás dum barco Sulcando as águas que se tornam espumosas E o olhar de tanta beleza cheio e farto Já não se lembra das horas tristes e brumosas! Ao longe vejo barcos de arrasto Trilhando rotas bem definidas Deixando atrás de si um longo rasto Sobre as águas revolvidas. O reflexo do sol sobre as águas Desperta-me a atenção adormecida E lavadas todas as mágoas A minha alma emerge desoprimida... Quero adormecer contemplativo E de manhã de olhos bem acordados Por esquecimento compulsivo Não me recordar dos pesadelos sonhados...