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Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Levanta a cabeça, ó homem,
Não te deixes abater
Que as penas que te consomem
Não são penas a valer.
Não te falta o pão pra boca
Nem onde te recolher
Nem a saúde é tão pouca
Que te impeça de viver.
Tens pouca animação
Falta-te o divertimento
Mas tens em compensação
Um bom entretenimento:
A leitura faz-te bem
E alarga os teus horizontes
Feliz o homem que vem
Beber a tão boas fontes.
Ergue os teus olhos bem alto
Contempla o azul dos Céus
E vive sem sobressalto
Que no alto vela Deus !
No limiar duma esperança
Em frustrada tentativa
Perdi vontade e confiança
Sou uma nave à deriva.
Acrescentam-se as lonjuras
Que falta o discernimento
E perdem-se as conjecturas
No longínquo firmamento.
Numa rota circular
Eu vagueio navegando
Sem nunca mais encontar
O que busco meditando
Uma forte tempestade
Turbulenta, agitadora,
Potente, avassaladora
Leva-me à insanidade
Na vulgar vida mundana
Já procuro o refrigério
Prá meditação insana
Toda cheia de mistério.
Tudo aquilo que gastei
Como gasto foi perdido
O que tinha eu deixei
Pelos outros repartido!
Mas o que dei levo comigo
E, por isso, tenho 'sperança
De que na divina balança
Não se zangue Deus comigo...
Agora vou à procura
De algo que me valha a pena
Pra atenuar a secura
Que dentro de mim gangrena
E afastar o desespero
Que me vem a devorar
E não me deixa pensar
As coisas lindas que quero.
Mas não sei que buscarei
Nem que caminhos trilhar
E como hei-de procurar
Deveras também não sei.
Os pensamentos trocados
Pelas voltas do destino
Quanto mais são recordados
Tanto mais eu desatino.
E a procura continua
Entre um denso nevoeiro
Nem a secura se atenua
Nem chego a porto certeiro.
Sinto uma forte tontura
À qual resistir não posso
Que estou à beira do fosso
Em que se alberga a loucura.
Uma ânsia que me cansa
Já debilita o meu corpo
Eu ainda não estou morto
Mas morreu em mim a esperança .
Trago comigo um vazio
Que me cobre de tristeza
No coração tenho frio
No corpo sinto fraqueza .
Os nadas da minha vida
Atormentam o meu ser
Numa viagem perdida
Que aguarda o anoitecer.
Os espinhos espalhados
Ao longo da caminhada
São sofrimentos cravados
Na minh'alma ensanguentada.
Na escuridão malfazeja
Afunda-se a esperança
Dentro de mim nada alcança
Uma alegria que seja.
O fascínio do viver
Vai batendo em retirada
Passou o tempo a correr
E o viver já não é nada.
Mas débil ainda pulsa
E se agita de repente
Uma força de repulsa
Que reanima a minha mente.
Não sei o que está pra vir
Mas quero acreditar
Que a esperança há-de voltar
Se eu for capaz de sorrir.
Uma nuvem muito triste
Escurece o meu olhar
Uma sombra que persiste
Em nunca mais me deixar.
Não consigo discorrer
Com suficiente clareza
Se tenho alguma certeza
Nem sequer me atrevo a crer
Perco o fio à meada
E lá vou eu à procura
Procuro e não vejo nada
Além duma mancha escura
Por vezes encontro um fio
Em demasia puído
E que por falta de brio
Há muito terei squecido
Amiúde escapa o interesse
Por aquilo que procuro
E tudo fica no escuro
Porque a memória se esquece.
Já mal posso suportar
O triste estado em que eu ando
Desespero sempre quando
A noite vem a chagar.
Quem do todo não faz parte
Ao todo já não pertence
É preciso engenho e arte
Pra que ao todo se regresse...
Quem não procura as palavras
Mas se deixa descobrir
Torna as ideias mais claras
E fáceis de transmitir!
Não faças orelhas moucas
Ao sopro que é mais ligeiro
As coisas jamais são ocas
Se o amor for verdadeiro!
As ideias se entrelaçam
Se completam e vão avante
Não queiras ficar distante
Dos afectos que te abrançam...
![alegia.jpg]()
Minha alegria, ela mora
Nalgum beco sem saída
Nunca vem cá para fora
Nunca pode ser sentida.
Nem festejo, nem festança
Nada meu 'spírito toca
Sou fuso que não tem roca
Nem uma ponta de esperança
Ao arrepio da vida
Aqui vou eu cabisbaixo
Minha mágoa é tão sentida
Que me deixa sempre em baixo.
Percorri muitos caminhos
Da alegria indo em busca
Perdi os meus pergaminhos
A mim já nada me custa.
A eloquente Natureza
Tanto se esquece de mim
Que quase tenho a certeza
De que estou chegando ao fim.
Da alegria que é a minha
Mas não chegou a nascer
Inda antes de morrer
Quero sentir um nadinha!
De quem não gosta de mim
Eu não gosto nem desgosto
Foi Deus que me fez assim
E assim mesmo de mim gosto.
Há tropeços que não venço
E azedumes figadais
Que não me atormentam mais
Que um pecado que confesso.
Lágrimas que são vertidas
Pelos arrependimentos
São as lágrimas tecidas
No tear dos sentimentos.
Qual procela que destrói
O que apenas é fortuna
Mal que não mata mas mói
É mal que mais importuna.
Não imagino nem minto
Só sigo o meu coração
Dizendo aquilo que sinto
Ouvindo a voz da razão!