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Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
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Da família quem diria
Direita bem direitinha
Embora uma sobrinha
Também me monta vigia...
O meio analfabetismo
Muito perto do completo
É como que um bairrismo
Que se torna predilecto...
Vivente que não existe
Ao fugir dos existentes
Cava com os próprios dentes
Uma inexistência triste...
- Não tenho nenhum filhote,
Um filhinho é o que convém -
No fogo mais um archote
Dos que não me julgam bem...
Aquele que mal me julga
Julgando sem refletir
Só de si anda a fugir
Ao pôr-se de mim em fuga...
Se a sobrinha alcançasse
Isto que acabo de urdir
Talvez nunca mais montasse
Vigia pra me fugir...
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Em passeio renovado
Por caminho invertido
Fui eu bem surpreendido
Por encontro inesperado.
O ouvinte que faltava
Amável e feminino
Foi por certo o bom destino
Que os meus passos comandava.
Falei mais do que devia
Da minha própria pessoa
Ainda assim fala boa
Que por nada foi vazia.
Comércio e natureza
Propriedade e produção
São assuntos com certeza
De nobre conversação.
Águas vivas que secaram
Por desleixo ou ignorância
Vítimas da vil ganância
Arvoredos soçobraram.
As vedações odiosas
Daqueles que não produzem
A terra fértil reduzem
A densas matas ociosas.
Sem juventude na idade
No rosto ainda beleza
No entender a destreza
Que augura longevidade!
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O silêncio distendido
Plas montanhas da cadeia
É somente interrompido
Pelos sinos duma aldeia.
Macio como o tecido
Sob a mão que acaricia
Desprende-se uma acalmia
Do silêncio bem urdido.
Mais abaixo intemporal
Do sol a luz reverbera
Dissolvendo a longa espera
No silêncio natural.
Não o silêncio mediano
Vertido em linhas prosaicas
Quais religiosas laicas
Que o santo tornam profano.
Resultado da atitude
Livre de loquacidade
O silêncio a virtude
Perene de novidade...
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Às vezes surgem perguntas
Difíceis de responder
Respostas pode haver muitas
Poucas a esclarecer...
Mas se houver sinceridade
Não se inventa uma resposta
A quem pergunta desgosta
Que lhe faltem à verdade.
Uma resposta conselho:
Leituras em português
São as de Paulo Coelho
Bem escritas duma vez;
Diferem do razoado
Que usam nas telenovelas
--- Português de nenhum lado
Que à língua só traz sequelas...
Eis aqui um bom exemplo
De ideias no horizonte
Palavras ontem a monte
Hoje versos que contemplo!
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Do mundo não quero nada
Só quero ficar sozinho
Percorrendo o meu caminho
Numa última jornada.
De mim se afasta o horizonte
Também o céu, e as estrelas
Cada vez custa mais vê-las
Do declive do meu monte.
Comigo numa aliança
Silêncios encanecidos
Reduzem os meus geminos
A um sono de criança.
Ocultos numa caverna
Os sorrisos meus de outrora
Mais sombrios são agora
Que o meu espírito hiberna.
Por mim passa impunemente
Uma nefasta rasoira
Que trabalha feita moira
Nivelando tudo rente.
Já secaram as searas
E morreram muitos frutos
Os meus dias velam lutos
De horas boas que eram raras...
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Ali vem o Zé ardina
Com alegria no rosto
Traz consigo uma menina
Tão linda que até dá gosto!
Eu já conheço este Zé
Desde os tempos de menino
Um rapaz com muito tino
Algo inteligente até...
Com uma rara intuição
Sabe sempre o seu lugar
Nunca se põe a trepar
E age com educação...
Não saber não é defeito
Defeito é não enxergar
Que é ter falta de respeito
Não se pôr no seu lugar...
Abrir uma vã cabeça
À força de reflexão
É dar força a uma crença
Que não passa de ilusão.
Só a golpes de machado
Se abre a cabeça aberrante
De algum Zé mais ignorante
Que ande sempre equivocado...
Os Zés que são mais estultos
Não compreendem jamais
Que avós só são os adultos
Que haviam já sido pais...
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Um sopro de rebeldia
A minha alma perpassa
Eu já não sei o que faça
Pra vencer esta agonia .
São rebeldes os meus gestos
Rebelde é tudo o que penso
Os absurdos chegam lestos
E não sei se me pertenço.
Por vezes o corpo treme
Também eu fico a tremer
E a minha alma já teme
Que disso venha a morrer.
Um corpo com alma morta
Não pode continuar
Tem que haver alguma porta
Por onde a possa salvar.
Será que anda descontente
Dos caminhos que percorro
Se ela morrer também morro
Disso estou bem consciente.
Já que a alma desatina
Inda antes de partir
Se ela existe a mão divina
Gostava de a descobrir.
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Vi um dia um gavião
Que voava lá no ar
Fiquei ali preso ao chão
E começei a apelar:
Ó gavião, meu amigo,
Vê se reparas em mim
E leva-me já contigo
Tamém quero voar assim!
Se as asas não tas cortaram
Por que mas cortam a mim?
Se bem de mim já falaram
Por que me tratam assim?
Um dia a cabeça ergui
E a cabeça me baixaram
Agora recorro a ti
Que as asas já mas cortaram...
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Em imensa caminhada
Cujo fim não tem destino
Segue de alma aliviada
Num coração de menino.
Perde-se em grande alegria
Porque não se prende a nada
Como em pequeno fazia
Faz hoje a vida animada.
Os percalços tão comuns
Que derreiam tanta gente
No seu coração contente
Suportam longos jejuns.
O mar faz-lhe companhia
Do qual retém a lonjura
Do sol a ébria quentura
Que ameniza a invernia.
Fugiu do silêncio eunuco
De negrumes intempestivos
Os olhos chispam altivos
Sobre o homem dissoluto!
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A pena nunca me assusta
Nem tão pouco a folha branca
Fiz-me homem à minha custa
A mim já nada me espanta.
No deslizar da palavra
Eu marco encontro comigo
E tudo aquilo que digo
São coisas da minha lavra.
Não temo as hesitações
Sei esperar o momento
As boas composições
Estão dentro do pensamento.
Boa é aquela hora
Que nos dá um bom sinal
Deitamos tudo pra fora
Sem que nada corra mal.
Bem ligadas as ideias
Desliza a pena veloz
Das palavras as cadeias
Nunca me deixam a sós.
As palavras e seus mundos
Combinados a preceito
Fazem-me enfunar o peito
De sentimentos profundos.
Por certo não sou poeta
Mas disto estou bem seguro
Meu viver é menos 'scuro
Graças a esta faceta!