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VERSOS RIMADOS

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

CERTAS PERSONAGENS

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Acreditei na tua promessa
E voltei para onde devia
Não levava muita pressa
Até parece que pressentia.

Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita
De pequenino é que se torce o penino
Mas a bondade por vezes não suspeita
Das falsidades do cretino.

Não passaram muitos dias
Até que se desse o desenlace
Sem que eu sequer suspeitasse
De tantas patifarias.

Talvez por isso os animais
Domésticos e até selvagens
Nos conquistam muito mais
Do que certas personagens.

A NAÇÃO

A small river to cross: the River Mole 

Um riacho no seu arrolho
Lembrou-me que tinha sede
Debrucei-me um tanto a medo
O caminho debaixo de olho.

Tranzendo a espingarda ao ombro
Um caçador se aproximou
E para meu assombro
de rompante perguntou:
--- Que fazes na minha herdade
O forasteiro atrevido?
--- Para dizer a verdade
Digo-lhe que ando perdido.

venho fugido da guerra
Que não sei se já acabou
Quero ir para a minha terra
Que desta guerra eu não sou.

Dá cá um abraço, irmão
As guerras também não me levam
Que defendam a nação
Os que com ela se governam!

A CAMBADA

cordeiros

Que importa o que diga a cambada
Quer me tire ou dê valor
Se de mim não dissesse nada
Isso é que era muito pior.

Muitos me dizem que sou
Aquilo que eles não serão
Mas nenhum ainda reparou
Que não lhes digo o que são.

Primeiro por cortesia
E ainda que eu quisesse
Verdade que não sabia
O que de justo lhes dissesse

Se aponto alguém amiúde
Que nunca me ripostou
Será só porque é sisudo
Ou será porque não sou?

Nunca param para pensar
A si nunca fazem perguntas
Umas reses a engordar
Pessoas assim há muitas!

PÓ E CINZAS



Uma laje muito fria
Sob as nuvens o sol displicente
O ânimo condizente
O vento sopra nostalgia.

Pedras repousam colina acima
Sobre elas árvores debruçadas
Uma espécie de microclima
Diferencia as madrugadas.

As noites têm outra aragem
E as estrelas lá no céu
São romeiros numa viagem
Na qual viajo também eu.

Rangendo a pedra de mó
Esmaga os grãos de trigo
Reduzindo tudo a pó
O mesmo que trago comigo.

As chamas duma fogueira
Dissipam tudo na floresta
Do fogo da vida inteira
A cinza é tudo o que resta!

OS GUERREIROS



Eram fortes e valentes
Corajosos e destemidos
Eram nobres combatentes
Que nunca foram vencidos.

Com inabalável destreza
Em suas guerras combatiam
Semeando mais pobreza
Onde as guerras decorriam.

São os eternos guerreiros
Carrascos da raça humana
São também os mensageiros
Da fé sacra e da profana.

São os fulanos de sucesso
Vígaros a torto e a eito
Inimigos do progresso
Que usam em seu proveito.

Seja de deus ou de satanás
Esta escória enobrecida
Cheia de gula voraz
É negação da própria vida!

COMO SE FOSSEM LESMAS



A mentira estampada na cara
De quem se vê que vai mentir
A verdade uma coisa rara
Nos que se querem iludir.

Ouço falar de muitas cousas
Mas poucas são as que me atraem
Andam por 'i tantas rapousas
Negando as uvas que não caem.

Sinto no ar uns sons estridentes
Que em meus ouvidos achocalham
Vozes parecendo que ralham
Com os que nunca estão presentes.

São pessoas já sem raízes
Fora do desenvolvimento
Trazem na alma as cicatrizes
Que não sararam com o tempo.

Tergiversam às escondidas
Camufladas em si mesmas
Quase sempre desentendidas
Lentas como se fossem lesmas!

AH! LIBERDADE



A liberdade desejada
Quando serve pra maus usos
É uma ideia repassada
De sentimentos confusos.

A liberdade que labor!
Dos que lutam com esperança
A liberdade um penhor
Que só recua quando avança...

A liberdade como ela dói
usurpada por ditadores
Uma mágoa que corrói
O coração dos lutadores.

A liberdade o contrasre
Do céu nublado ao com Sol
Liberdade fim do desastre
Em países de um longo rol.

Liberdade minha alegria
De Abril que a viu nascer
Liberdade a companhia
Além do dia em que eu morrer!

OS BURROS



São úteis os dóceis burros
Uns bons animais de carga
Mas fechados nos seus curros
Não prestam eles pra nada.

Os burros de duas patas
Que só para carga servem
Andando sem arreatas
Carga e burros lá se perdem.

Uma filha tem a burra
E a dona uma filhota
Qual das duas é que zurra
Pergunta alguém na chacota.

Neste mundo arremendado
De gente e burros a monte
Anda tudo misturado
Como água duma só fonte.

Bate a suja água em pedras
Lavadinhas com requinte
Foge de rabo entre as pernas
Temendo que alguma a limpe.

Os burros compram de tudo
Até cartas de guiar
Se algum comprou um canudo
Não é nada de espantar !!!

ESPIGA MAIS ALTA



Esse teu riso escarninho
Esboçado só por engano
É retrocesso no caminho
Que faz de ti um ser humano.

Quando te ris a despropósito
É só de ti que tu te ris
Tem sempre um riso estrambótico
A insensatez como raiz.

Uma diferença ao contrário
Do que te possa parecer
É simplesmente o corolário
Da que trazemos ao nascer.

Aproveitando o positivo
Que cada um possui em si
Porás de lado o negativo
E não terás pena de ti.

Cortando a espiga mais alta
pessoa alguma se elevou
Se de altura sentira falta
Ainda em baixo se quedou...