Tenho escutado muita gente De entre os que falam... falam de Deus Muitos de forma eloquente Para os quais não sou um próximo dos seus...
Também chamava a atenção de Cristo A apostolagem escandalizada De uma mulher que aos gritos Lhes seguia na peugada...
Voltasse à terra o Nazareno Por certo para mim ele olharia E humano não me recusaria A proximidade que a todos nós serena...
Se parássemos de falar como grandes crentes E observássemos o silêncio que exaltamos amiúde Refrescar-se-iam as nossas mentes E talvez fosse outra a nossa atitude...
Julgava conhecer a tua vida E ainda mais saber quem tu és Vã ingenuidade perdida Vela solta do gurupés.
São pontiagudos vítreos pedaços As palavras ditas que tu lês Caminhos trespassados de fortes laços Que pisas onde quer que ponhas os teus pés.
Densas camadas e mais camadas Ao longo do teu ser tu sobrepões Semeador incauto de fúteis ilusões Casa de portas sempre fechadas.
Espessas amarras eternamente Prendem-te o barco que devia navegar Estás aqui mas vives ausente Não lês as palavras do teu falar...
O céu estará sempre encoberto Não enxergando o que se alonga na distância Perdem-se os teus olhos no que vês perto Pouco sabes menor é a tua ignorância!
Fosse minha a tua mãe Como eu seria feliz Que a minha não me quer bem Se afirmo ela não me contradiz.
Quem tem uma mãe tem tudo Eu tenho e não tenho nada Nunca foi pessoa amada Mesmo quando era miúdo.
Ter uma mãe emprestada Se calhar será melhor Do que ter o desamor Duma mãe desnaturada.
Não será uma moda louca Vermos que cada vez mais Os filhos se agarram aos pais E as mães a um cigarro na boca?
O pai cuida do filho com jeito maternal Enquanto a mão observa despreocupada Da mãe que era tudo já não resta quase nada Após o corte do cordão umbilical.
Faz pena e causa muita tristeza Que a mulher por sua iniciativa Perca a sua maior riqueza Prescindindo da sua maior prerrogativa!