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Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...
Como quem anda ao rebusco
Apanhei a tua mão
Na minha senti o susto
E o tremer da tua agitação.
Sem qualquer movimento brusco
Permites já resignada
A segunda mão poisada
Sobre o teu airoso busto.
A voz gritante dos sentidos
avança com rapidez
Perdem toda a lucidez
Os corpos no chão cingidos.
Entra por sorte na conta
O querer dos dois amantes
Não somente os impulsos instantes
Duma acção inócua e tonta.
No céu resplandece o azul assombroso
As árvores peneiram o sol entre os ramos
De nós e em nós derramamos
O lio de todos mais precioso!
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Há quem goste de limões
E os que preferem diospiros
Há os que soltam suspiros
Quando vêem os botões
Da blusa que tens nos ombros
E querem desabotoar
Para fogosos beijar
Os teus seios tão redondos.
Ou talvez passar a mão
Por algo mais quente ainda
Como dar um apalpão
Na coisa que tens mais linda.
Sinto um excitante calor
No meu corpo que te imagina
Se calhar será melhor
Pular-te já para cima.
Não fiques arrepiada
Nem te ponhas a correr
Aqui na cama deitada
É que me vais conhecer!
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Menina que vens de saia
Do vento não a segures
Deixa que o olhar me caia
Na seda que tens algures.
Quero invejar o tecido
Que se agarra à tua pele
Soltar de mim o gemido
Que o desejo não repele.
Deixa que o novelo negro
Que te faz nicho entre as pernas
De ti me diga um segredo
A mim me agite os espermas.
O vento não é estulto
Se te envolve no seu sopro
E me provoca este vulto
Que me vai deixando louco.
Mulher homem e o vento
Trilogia dum segundo
Sopro que põe ao relento
Toda a beleza do mundo!
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Passei sob uma janela
Atrás de cuja vidraça
Uma mulher muito bela
Cativa quem por lá passa.
Voltei a passar por lá
Sem saber porque razão
Andei de lá para cá
Ao ritmo do coração.
Ergui os olhos e vi...
Não podia acreditar
De coração a pulsar
Ali mesmo me perdi.
Mas antes de me perder
Eu entrei no paraíso
Por via do seu sorriso
Que me deixou logo a arder...
Despidos de preconceitos
O início era já fim
Eu em ela e ela em mim
Por caminhos tão direitos...
Era uma linda paisagem
Dois picos e uma vereda
Por onde um homem se enreda
Como um animal selvagem...
Rios quentes que corriam
Aqueciam bem os ares
Mas os corpos já diziam
Que o amor traz os pesares...
A vereda me levou
A um destino sem regresso
Ainda hoje eu lhe peço
O amor que por lá ficou.
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A semente foi lançada
Colhido já foi o fruto
Belo,forte e resoluto
Da Primavera alcançada...
Era o seu desabrochar
Numa flor de laranjeira
Logo tornada a cegueira
Do furor a cavalgar...
Entrelaçados,enfim,
Num louco e ébrio torpor
Dentro dela e de mim
E dentro do nosso amor
O rubro e tenso furor
Após cobiçosa espera
Esvaiu-se nesta flor
A cheirar a Primavera...
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Pudesse eu sem embaraço
Levar a sentir o Céu
O teu corpo num abraço
Todo envolvido no meu.
Levar-te-ia, ó pomba branca,
A te sentir lá no Céu
Encostando a minha anca
À anca do corpo teu.
Imbuídos num mistério
Sempre novo a descobrir
Dar-nos-ia refrigério
O deixar-nos esvair.
Plo amor arrebatados
Que nunca pela razão
Nossos corpos enlaçados
Dariam um corpo são!
O calor da minha fonte
Acenderia, ó minha amada,
As cores do horizonte
Na penumbra da madrugada!
Feminista... é quem quer
Machista... quem o não é?
O corpo duma mulher
É um rosário de fé...
Conto as contas do seu ser
Num delírio permanente
Não há um calor mais quente
Que o corpo duma mulher.
Seja ele uma viela
Uma rua larga ou estreita
É dentro do corpo dela
Que o meu corpo se endireita.
Não há um melhor celeiro
Nem vereda mais segura
Seja em Dezembro ou Janeiro
Na mulher encontro cura.
No seio da sua boca
Entre um e outro mamilo
No ânus, na vulva oca
Dentro dela me aniquilo!
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Chovia que Deus a dava
Sobre o solo ressequido
Terá ela esquecido
O que entre nós se passava?
E o que entre nós se passava
Era a maior das loucuras
Recebia o que eu lhe dava
Entre as suas coxas puras.
Como se fosse inda hoje
Recordo-me desse dia
Uma gazela que foge
Gazela que eu perseguia.
Perseguia e alcancei
Caímos os dois ao chão
E dentro dela guardei
A seminal explosão.
O corpo mais luzidío
O desta linda gazela
As águas claras dum rio
Desciam do corpo dela!
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Entre as árvores desta mata
Nós os dois aqui sozinhos
Os corpos muito juntinhos
Num ardor que os arrebata.
Sob as folhas tão verdinhas
E o sol que nos ilumina
Tu rapaz e eu menina
Já só vemos estrelinhas.
A minha mão predadora
Enfurece o teu desejo
Que se espraia e num lampejo
Me penetra sem demora.
Estrelas ganham tamanho
Tornando-se mais brilhantes
E vão crescendo os rompantes
Da sede que em mim contenho.
A minha voz ciciada
Tremente cheia de espasmos
Acompanha extasiada
A convulsão dos orgasmos!
A tua flor de laranjeira
Por fim também a perdeste
Foi a tua vez primeira
Guarda bem o que viveste.
Respeitaste a tradição
Bem ou mal? isso eu não sei
Tua é a satisfação
Se há ladrão, aqui d'el rei...
Passaram os preconceitos
Já pouco se fala disso
E lá se foi o enguiço
Tão caro a muitos sujeitos...