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VERSOS RIMADOS

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

Versos de amor, de crítica, de meditação, de sensualidade, criados ao sabor da rima e da métrica pelo autor do blog...

UM GRITO ALTO

Sob as nuvens quase brancas

E a luz difusa da lua

De costas e toda nua

Acolheste me entre as ancas.

 

Nada ficando por certo

Nessa noite de loucura

Vejo-me a sonhar desperto

Que vens à minha procura.

 

Anseio por viver de novo

O que tanto me enlouqueceu

E sentir que me dissolvo

No melhor que alguém deu.

 

Um rumor um sobressalto

O teu dorso que me anima

E já solto um grito alto

Tendo o meu peito por cima...

CONHECER



Há quem goste de limões
E os que preferem diospiros
Há os que soltam suspiros
Quando vêem os botões

Da blusa que tens nos ombros
E querem desabotoar
Para fogosos beijar
Os teus seios tão redondos.

Ou talvez passar a mão
Por algo mais quente ainda
Como dar um apalpão
Na coisa que tens mais linda.

Sinto um excitante calor
No meu corpo que te imagina
Se calhar será melhor
Pular-te já para cima.

Não fiques arrepiada
Nem te ponhas a correr
Aqui na cama deitada
É que me vais conhecer!

 

MENINA DE SAIA



Menina que vens de saia
Do vento não a segures
Deixa que o olhar me caia
Na seda que tens algures.

Quero invejar o tecido
Que se agarra à tua pele
Soltar de mim o gemido
Que o desejo não repele.

Deixa que o novelo negro
Que te faz nicho entre as pernas
De ti me diga um segredo
A mim me agite os espermas.

O vento não é estulto
Se te envolve no seu sopro
E me provoca este vulto
Que me vai deixando louco.

Mulher homem e o vento
Trilogia dum segundo
Sopro que põe ao relento
Toda a beleza do mundo!


A JANELA



Passei sob uma janela
Atrás de cuja vidraça
Uma mulher muito bela
Cativa quem por lá passa.

Voltei a passar por lá
Sem saber porque razão
Andei de lá para cá
Ao ritmo do coração.

Ergui os olhos e vi...
Não podia acreditar
De coração a pulsar
Ali mesmo me perdi.

Mas antes de me perder
Eu entrei no paraíso
Por via do seu sorriso
Que me deixou logo a arder...

Despidos de preconceitos
O início era já fim
Eu em ela e ela em mim
Por caminhos tão direitos...

Era uma linda paisagem
Dois picos e uma vereda
Por onde um homem se enreda
Como um animal selvagem...

Rios quentes que corriam
Aqueciam bem os ares
Mas os corpos já diziam
Que o amor traz os pesares...

A vereda me levou
A um destino sem regresso
Ainda hoje eu lhe peço
O amor que por lá ficou.

 

O FRUTO



A semente foi lançada
Colhido já foi o fruto
Belo,forte e resoluto
Da Primavera alcançada...

Era o seu desabrochar
Numa flor de laranjeira
Logo tornada a cegueira
Do furor a cavalgar...

Entrelaçados,enfim,
Num louco e ébrio torpor
Dentro dela e de mim
E dentro do nosso amor

O rubro e tenso furor
Após cobiçosa espera
Esvaiu-se nesta flor
A cheirar a Primavera...

SEM EMBARAÇO



Pudesse eu sem embaraço
Levar a sentir o Céu
O teu corpo num abraço
Todo envolvido no meu.

Levar-te-ia, ó pomba branca,
A te sentir lá no Céu
Encostando a minha anca
À anca do corpo teu.

Imbuídos num mistério
Sempre novo a descobrir
Dar-nos-ia refrigério
O deixar-nos esvair.

Plo amor arrebatados
Que nunca pela razão
Nossos corpos enlaçados
Dariam um corpo são!

O calor da minha fonte
Acenderia, ó minha amada,
As cores do horizonte
Na penumbra da madrugada!

A FOGUEIRA

fogueira.jpg

Dizem por aí e eu sei
Que é verdade o que se diz
Porque também escutei
Ais atrás do chafariz.

Não sei quem seria ela
A que dizia a gemer:
Cuidado que faz doer
Vê se entras com mais cautela.

Cedendo à curiosidade
Lá dei uma espreitadela
Por cima das costas dela
Alguém tinha copulado.

Era tarde pra queixume
Os ais não valem de nada:
Já ninguém apaga o lume
Da fogueira bem ateada.

Talvez que fosse mais forte
O oh, oh que ressoou:
O gemer se dissipou
Estava lançada a sorte...

UM PADRE NOSSO



Não há moça que não goste
De dar um passeio ao campo
Embrenhar-se nalgum bosque
E esconder-se num recanto.

Como é virgem e tem medo
De uma gravidez precoce
Ajoelha-se e em segredo
Reza um longo padre nosso.

Ora baixo qual noviça
Mas mexendo bem os lábios
Talvez por conselhos sábios
De quem lhe ensinou a missa.

Desfrutando do sossego
Não apressa a sua reza
Nem suspeita do conchego
De duas mãos na cabeça.

Num repentino alvoroço
Que lhe causa admiração
Recebe do padre nosso
O fruto da oração

NA INTIMIDADE



O peito nas costas colado
As mãos nos seios ufanos
O pénis dentro do ânus
Num vaivém ensimesmado.

Nos cabelos dá mil beijos
A boca em ritmo infernal
Emancipam-se os desejos
De penetração anal.

Um sussurar abafado
Sai das vozes com fervor
Sãos sons de prazer e dor
Ecos de ânus penetrado.

Do acto sobe a tensão
Até que cai no marasmo
Ela é toda imolação
Ele --- apenas um orgasmo...

Numa férrea intimadade
São formas de exaltação
O amor na diversidade
Sem que haja profanação...

CORPO FEMININO

 Amanhã se deus quiser
Outro dia nascerá
E o corpo doutra mulher
O meu membro acolherá.

Sua mão aveludada
Tacteando com brandura
Erguê-lo-á na 'spessura
Da sua cor encarnada.

Com os seus lábios carnudos
Orlará o meu inchaço
E entre os seus seios desnudos
Afagá-lo-á num abraço.

No meio do seu regaço
Untar-se-á o meu rubor
Pra que lábil ganhe espaço
No oco posterior!

Todo o corpo feminino
(Não fora a profanação)
É fonte de amor angelino
Em toda a sua extensão!

Afagos das tuas mãos
Afastam de mim o frio
Florescem numa erecção
Que apunham ao desafio...

Com tuas mãos ao redor
O meu falo se alevanta
Aquece e expulsa o calor
Em jactos de goma branca.





Tua cabeça agitada
É poiso das minhas mãos
Quando a erecção osculada
Se liberta dos seus grãos!

Inefável união
Da tua tépida boca
Com a minha erecção
Que solta a semente louca!

Belo o sulco do teu peito
Ladeado de duas damas
Casadas bem a preceito
Com minha erecção em chamas,

Banhadas pela brancura
Que de mim sobre elas cai
Quando cheia de loucura
Pula da erecção e vai...

Teu ânus libidinoso
Deglute a minha erecção
Num espasmo sequioso
De rara sublimação.

O meu membro se incorpora
No teu ânus que o reclama
E copioso se derrama
No âmago que o devora.

Não fosse ela uma regina
Não chegaria no fim
Por isso que é feminina
E mais amada por mim!

Talvez por falta de zelo
As palavras escasseiam
Não é por falta de anelo
Que a vagina aqui rareia...